Hemisférios-Entenda as coordenadas geográficas.

Cláudio Mendonça*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.

O mapa é uma forma de representação da realidade. É um suporte de informações sobre os elementos naturais e humanos existentes no espaço: área ocupada, posição, distribuição, etc.
A interpretação de um mapa depende do conhecimento dos códigos básicos utilizados pela linguagem cartográfica e alguns processos de sua elaboração: a escala, os sistemas de projeção, as convenções, o sistema de localização, etc. Este texto destacará o sistema de localização baseado nas coordenadas geográficas, definidas pelas latitudes e longitudes.
O sistema de coordenadas, utilizado até hoje, foi pensado pela primeira vez na Antigüidade por Eratóstenes (século 3 a.C.), que dividiu a superfície da Terra, em meridianos e paralelos e, posteriormente, por Hiparco (século 2 a.C.) que traçou, sobre um globo, uma rede de meridianos, cujas medidas cobriam os 360º da circunferência do planeta. Cláudio Ptolomeu (século 2 da era cristã), na sua obra "Geografia", construiu mapas do mundo conhecido, através de relatos e registros de viajantes e indicou a localização dos lugares mais importantes com as linhas de latitude e longitude.
Apesar das imprecisões da localização desses lugares nos mapas de Ptolomeu, esse sistema de coordenadas cartesianas tornou-se parâmetro universal para a determinação da localização em mapas que representavam grandes extensões do espaço terrestre.
Os paralelos e meridianosA localização no espaço geográfico é estabelecida por um sistema de coordenadas formadas por linhas imaginárias: os meridianos, formados por linhas traçadas que ligam o pólo geográfico norte ao pólo geográfico sul, e os paralelos formados por qualquer circunferência paralela à linha do equador.

O paralelo principal, a linha do equador, foi traçado a igual distância dos pólos e divide a Terra horizontalmente em duas partes iguais: o hemisfério Norte, também chamado setentrional ou boreal, e o hemisfério Sul, também chamado meridional ou austral.
Os meridianos são todas as linhas traçadas num mapa no sentido perpendicular ao Equador, de um pólo a outro. Nenhum meridiano delimita a Terra em duas partes iguais, pois não circundam totalmente a esfera terrestre. No entanto, ao ligar um meridiano com o seu oposto, ou antimeridiano, é possível a delimitação da Terra em duas metades iguais.
O estabelecimento da linha do equador como paralelo inicial foi fácil de ser concebida, por ser o maior e ocupar a posição central da Terra em relação às regiões polares. Porém, os meridianos têm o mesmo tamanho e não contornam toda a terra (formam uma semicircunferência) e, neste sentido, nenhum se qualifica como principal.
Somente em 1884 ficou estabelecido, por convenção internacional, que o meridiano de referência ou principal, seria o que passava pelo antigo observatório de Greenwich, próximo à cidade de Londres: o meridiano de Greenwich. Este meridiano e o seu antimeridiano dividem a esfera terrestre em dois hemisférios: leste ou oriental e oeste ou ocidental.
Latitude-A distância angular de qualquer ponto da superfície terrestre em relação à linha do equador, cujo vértice é o centro da Terra, recebe o nome de latitude e é indicada em graus.
A latitude do Equador é 0°. Nos hemisférios Norte e Sul têm-se, respectivamente, latitudes norte (N) e sul (S), cujas medidas atingem até 90° nos pólos. Todos os pontos localizados num mesmo paralelo têm a mesma latitude.
Zonas climáticas da Terra-Além do Equador, outros quatro paralelos recebem denominações específicas:
*O Trópico de Câncer (23º 30' N) e o Trópico de Capricórnio (23º 30'S), têm importância fundamental, pois são os limites máximos em que a radiação solar consegue atingir perpendicularmente a Terra.
*O Círculo Polar Ártico (66° 33' N) e o Círculo Polar Antártico (66° 33' N) são linhas que delimitam a iluminação total em torno dos pólos a partir do no início do verão, em que o Sol pode ficar visível no horizonte durante seis meses. Este fenômeno é conhecido por "Sol da meia noite" ou grande dia polar.
Essa variação na distribuição dos raios solares delimitadas por esses quatro paralelos formam as zonas climáticas ou térmicas do globo terrestre. Observe a figura:
A longitude-A longitude é a distância em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich (0º). A longitude varia de O a 180 graus, nos hemisférios leste e oeste, sendo que o meridiano 180° é o antimeridiano de Greenwich e, portanto, o limite entre os dois hemisférios.
A medição exata da longitude constituiu um desafio para a ciência até pelo menos o século 18 e um grande problema para a navegação a longa distância, que se tornou freqüente desde o século 16. O governo britânico chegou a estipular um prêmio em 1714, para a descoberta de um instrumento que pudesse determinar as longitudes com maior precisão.
As coordenadas geográficas-Através da latitude e da longitude, é possível a localização de qualquer ponto na superfície terrestre, por isso são conhecidas como coordenadas geográficas. Observe o globo.

Atualmente com o GPS, Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global), um simples aparelho portátil do tamanho de um telefone celular qualquer pessoa pode determinar as coordenadas, com margem de erro de no máximo 10 m, do local onde está posicionada.
O sistema é apoiado por 24 satélites que refletem os sinais de rádio para o local onde o aparelho está em operação. O satélite envia ao GPS dados sobre a localização de qualquer lugar, através de coordenadas geográficas. Além das coordenadas o aparelho pode indicar a velocidade, tempo de deslocamento, distância em relação a qualquer outro ponde de referência da Terra e ainda memorizar o percurso realizado e orientar o retorno.
* Cláudio Mendonça é professor do Colégio Stockler e autor de "Geografia Geral e do Brasil" (Ensino Médio) e "Sociedade e Território no Mundo Globalizado" (Ensino Médio).

Canal do Panamá.

Localizado no istmo do Panamá, na América Central, o Canal do Panamá foi construído entre 1908 e 1914 para ligar os oceanos Atlântico e Pacífico. O local foi escolhido por ser o istmo a parte mais estreita do continente americano. A primeira proposta de se construir o canal é de 1534, sob o reinado do imperador espanhol Carlos 5º. Em 1879, o francês Ferdinand de Lesseps - que abriu o Canal de Suez (no Egito, ligando o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho) - inicia os trabalhos após acordo com o governo colombiano (o Panamá pertencia à Colômbia). O despreparo dos europeus frente a doenças tropicais, como malária e febre amarela, e as dificuldades de execução de obras de engenharia em áreas pantanosas levaram o projeto à falência dez anos depois.
EUA induz Panamá à independência
Interessados em uma ligação marítima mais rápida entre a costa leste e costa oeste, são os Estados Unidos que insistem no projeto e a Colômbia quer a reavaliação do contrato. Em 1903, como não chegam a um acordo, os EUA induzem o Panamá - na época, uma província da Colômbia - à independência. Formado o novo país, o governo americano obtém autorização para a construção do canal em troca de sua concessão e uma faixa de terra de 8 km de largura em cada lado do canal. Depois de várias disputas pela soberania do canal, Panamá e Estados Unidos assinam em 1977 um acordo e o controle passou definitivamente aos panamenhos no ano 2000. O canal passa atualmente por reformas, que deverão custar bilhões de dólares. No acordo de sua devolução, consta uma cláusula que prevê que, em caso de ameaça, os EUA podem ocupar o canal.O canal tem 82 quilômetros de extensão, 152,4 metros de largura, 26 metros de profundidade e três eclusas duplas. Sua travessia leva de 16 a 20 horas. Apesar da alta taxa de pedágio - cerca de US$ 28 mil -, em função dos custos de manutenção, o canal tem tráfego intenso. Em 1993, serviu de passagem para 12,257 mil navios. É um ponto estratégico militar e econômico, porque evita que grandes navios tenham de fazer a volta ao redor da América do Sul para atingir outro oceano.
Como funciona o Canal do Panamá.
Atravessia do Canal do Panamá é feita por três comportas, em que a água funciona como um elevador. Vindo do Atlântico, por exemplo, o navio entra na comporta, com a água no mesmo nível do oceano. Os portões são fechados e as válvulas de enchimento abertas. A água entra através de poços do piso, elevando o navio 26 metros, até o nível do Lago de Gatun. As válvulas são fechadas e os portões superiores abertos. O navio sai da comporta para o lago. E segue para as outras comportas, onde acontece o processo inverso de descida até o nível do oceano Pacífico.

Na representação do canal, os números correspondem às comportas.
Economia centro-americanaA agricultura é a principal atividade econômica da América Central e do Caribe, com exceção do Panamá, que possui um setor de serviços desenvolvido graças à demanda gerada pelo canal. Entre os principais produtos exportados estão café, banana, algodão, açúcar, fumo e carne. Alguns países se destacam em outras áreas, como Trinidad e Tobago com o petróleo e a Jamaica com a bauxita. O desenvolvimento industrial ainda é incipiente, mas os países centro-americanos apresentam crescente diversificação, que resulta no aumento de empregos especializados. É o caso de Porto Rico e Barbados, com a indústria de componentes eletrônicos. O setor bancário cresce com o surgimento de novos paraísos fiscais e o turismo tem ganhado força.

Bacia Amazônica-Maior Bacia Hidrográfica do Mundo.

Mendonça* Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação.

A bacia Amazônica, ou bacia do Rio Amazonas, está situada em vários países da América do Sul. É a mais extensa, de maior densidade de água do mundo e possui o maior potencial de geração de energia hidrelétrica do Brasil. Esse potencial, decorrente dos afluentes do rio Amazonas que correm por trechos mais acidentados, é pouco utilizado devido à pequena demanda regional e à grande distância dos principais centros de consumo, situados no centro-sul do país.

O rio Amazonas é muito plano. O desnível entre o ponto em que suas águas entram no Brasil até a foz é de apenas 100 metros. Sendo um rio largo e de grande quantidade de água, é possível a navegação por navios de grande porte. Os trechos de seus afluentes próximos também são navegáveis.
Através do rio Madeira, afluente do rio Amazonas, tem sido escoada a produção de soja do norte do Mato Grosso, tornando o custo final do produto mais competitivo, devido ao preço mais baixo do transporte hidroviário.
A navegação faz parte do cotidiano e é essencial ao modo de vida da população ribeirinha e dos povos indígenas, que têm os recursos da mata e dos rios como fonte de sobrevivência.

Brasil, mostra a tua cara...


Série Cartografia-Projeções Cartográficas

Projeção cartográfica é a representação de uma superfície esférica (a Terra) num plano (o mapa), ou seja, trata-se de um "sistema plano de meridianos e paralelos sobre os quais pode ser desenhado um mapa" (Erwin Raisz. Cartografia geral. P. 58).
O grande problema da cartografia consiste em ter de representar uma superfície esférica num plano, pois, como é sabido, a esfera é um sólido não- desenvolvível, isto é, não-achatável ou não planificável. Assim, sempre que achatarmos uma esfera, necessariamente ela sofrerá alterações ou deformações.
Experimente, por exemplo, cortar uma laranja ao meio e depois pressionar (achatar) uma dessas partes sobre uma superfície plana.
Isso quer dizer que todas as projeções apresentam deformações, que podem ser em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Assim, cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos do mapa.
A maior parte das projeções hoje existentes deriva dos três tipos ou métodos originais, a saber: cilíndricas, cônicas e planas ou azimutais.
A projeção cilíndrica resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Esse tipo de projeção:
*apresenta os paralelos retos e horizontais e os meridianos retos e verticais;
*acarreta um crescimento (deformação) exagerado das regiões de elevadas latitudes;
*é o mais utilizado para a representação total da Terra (mapas-múndi).
A projeção cônica resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. Esse tipo de projeção.apresenta paralelos circulares e meridianos radiais, isto é, retas que se originam de um único ponto;
é usado principalmente para a representação de países ou regiões de latitudes intermediárias, embora possa ser utilizado para outras latitudes.
A projeção azimutal resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). De acordo com Erwin Raisz (famoso cartógrafo americano), as projeções azimutais são de três tipos: polar, equatorial e oblíqua. Elas são utilizadas para confeccionar mapas especiais, principalmente os náuticos e aeronáuticos.
Vejamos, a seguir, alguns dos mais conhecidos tipos de projeção cartográfica.

Projeção de Mercátor
Idealizada no século XVI, a projeção cilíndrica de Mercátor tornou-se a preferida dos navegantes por ser a única em que as direções podiam ser traçadas em linha reta sobre o mapa.
Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente ampliadas.

Projeções de Mollweide e Aitoff
Essas projeções são do tipo equivalente, isto é, conservam a proporção ou equivalência das áreas representadas em detrimento da forma. Nelas, os paralelos são horizontais e estão de tal modo espaçados que cada área limitadas por dois deles conserva a mesma proporção da área real, embora possa variar muito no tocante à forma. Elas têm formato elíptico e são muito utilizadas para a confecção de mapas-múndi.

Projeção interrompida de Goode
A projeção interrompida ou descontínua do professor norte-americano Paul Goode é um tipo diferenciado de projeção idealizado pelo autor com a finalidade principal de mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas. Para tanto, os mapas que apresentam esse tipo de projeção trazem as referidas massas interrompidas ou descontínuas.

Estará próximo o fim do capitalismo?

Eduardo Frigoletto de Menezes
Nas últimas décadas, a crença de que os imperativos de mercado podem e devem assumir o comando da economia dos países com a consequente redução do papel do estado nas economias foi adotada através do neoliberalismo.
Com o grau de globalização atual, era de se esperar que no momento em que os Estados Unidos - maior comprador do mundo - entrasse em dificuldades, a economia mundial fosse afetada como de fato vem ocorrendo. Com um PIB que supera os 13 trilhões de dólares anuais, um estilo de vida ambientalmente insustentável (emitem cerca de 30% de toda a poluição mundial) e comandando um capitalismo desvinculado da distribuição de renda e do caráter social, que promove uma maior concentração de renda nas mãos de poucos a custa da miséria de muitos, aquele país permitiu que suas instituições bancárias iniciassem uma crise que talvez não tenha precedentes nos tempos modernos.
Num mundo já marcado pelo desemprego estrutural, as demissões são anunciadas aos milhares e o pior é que elas ocorrem em empresas que adotam tecnologia moderna e, portanto empregam mão-de-obra especializada que dificilmente conseguirá trabalho nas mesmas funções. Expressões como: férias coletivas, redução de carga horária, redução de salários são cada dia mais íntimas da população.
Na Europa, as dívidas públicas crescentes, o envelhecimento da população com consequente aumento das despesas sociais, a concorrência com os países asiáticos, tudo isso também ajudou a agravar a situação. A Islândia já está sendo considerada falida. A libra esterlina que já foi a moeda mais valorizada do mundo teve sua cotação bastante reduzida, deixando à mostra sérios problemas na Inglaterra. Na Espanha, o desemprego é quase o dobro da média dos países mais desenvolvidos daquele continente, beirando os 14%. A Alemanha perdeu seu status de 3ª economia mundial para a China.
Já na Ásia, o Japão, que pelo menos em 2009 ainda será a segunda economia mundial, deve ser ultrapassado em 2010 também pela China. Naquele país, a falta de mercado consumidor interno, a dívida pública e as quedas nas vendas vêm desempregando os imigrantes, a exemplo dos dekasseguis que além de perderem seus empregos, também ficam sem um teto para morar e, dessa forma, são obrigados a realizar a “migração de retorno” ao Brasil.
Contrariando o neoliberalismo, a moda agora é o neo-intervencionismo estatal com a estatização de bancos e empresas privadas, a liberação de empréstimos bilionários, a volta do protecionismo de mercado e a promoção de obras para criação de empregos, numa espécie de reedição do “Novo estado de bem-estar social” (New Deal).
Já o Brasil, que vinha passando por um momento especial de sua economia, com o aumento de seu IDH que pela primeira vez situa-se entre os considerados altos, a auto-suficiência de petróleo, o anúncio da descoberta de várias jazidas de petróleo e gás natural, principalmente na camada do pré-sal, a diversificação de suas trocas comerciais com outros países além dos EUA, vem anunciando que a crise por aqui não tem as mesmas dimensões que em outros lugares, alegação que não encontra respaldo nos números de demissões anunciadas que só este ano já superam 700.000. O pior de tudo é que precisaríamos criar a cada ano cerca de 1.000.000 de novos empregos para acompanhar nosso crescimento populacional.
Mais do que os efeitos nocivos, essa crise é uma nova chance para que o mundo repense sua forma de vida.
É inequívoco afirmar que há de se criar uma nova forma de convívio entre a economia e o social, a economia e o meio-ambiente, talvez uma verdadeira Social Democracia.
Riqueza sem distribuição de renda, lucros bilionários sem a contrapartida em número e garantia de empregos, consumismo desenfreado, isso precisa acabar.

Abra os olhos nessas águas.




A advertência que deu nome aos recifes do litoral baiano hoje se volta para os projetos econômicos, como os viveiros de camarões, que podem prejudicar o maior banco de corais do Atlântico Sul.
Texto: Sérgio Adeodato
"Quando estava a caminho de Abrolhos pela primeira vez, tinha apenas uma vaga idéia do que me esperava. Minha experiência, como mergulhador e biólogo marinho, limitava-se até então aos costões rochosos do Sudeste do Brasil. No primeiro mergulho naquelas águas do litoral baiano, compreendi o significado da alta diversidade de vida que existe nos ambientes de corais. Meu objetivo como pesquisador era estudar o comportamento dos peixes limpadores, aqueles que se alimentam de parasitas que ocorrem na superfície corporal de outros peixes. A variedade de organismos, principalmente os que recobriamo fundo do mar, me deixou fascinado. Corais, algas, esponjas e diversos outros seres vivos formavam um mosaico de cores e formas como um tapete multicolorido. Em um espaço de 20 centímetros quadrados podiam ser vistas até sete espécies diferentes de corais! Naquela viagem inicial, mergulhei pela primeira vez com tubarões, que circundavam recifes gigantes, conhecidos como "chapeirões", com fendas e cavernas nas quais se abrigavam muitos cardumes. Foi um período maravilhoso de vivência e aprendizado que mudaria minha vida para sempre. Saí do arquipélago coma impressão de que aquela experiência representava apenas o início de uma grande viagem."
Cinco ilhas compõem o arquipélago de Abrolhos. A maior é Santa Bárbara, com formato alongado. Ao lado estão Redonda e Siriba. Há ainda as pequenas Guarita e SudesteO relato do biólogo paulista Ronaldo Francini-Filho, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), hoje à frente de pesquisas destinadas a conhecer e proteger o Arquipélago de Abrolhos, não é apenas uma visão emocionada. Retrata a riqueza de uma das regiões de maior diversidade marinha do Oceano Atlântico, onde a quantidade de espécies endêmicas, aquelas só encontradas ali, é quatro vezes maior do que nas águas cristalinas do Caribe. "Palavras não bastam para descrever tamanha beleza cênica”, afirma o biólogo, que há nove anos estuda os recifes de corais de Abrolhos em parceria com outros pesquisadores, um trabalho que envolve uma logística complexa, muitos dias de mar e quase quinhentos mergulhos por ano.Nesse pedaço do litoral brasileiro se localizam os maiores e mais belos bancos de corais do País e do Atlântico Sul. A região é um alargamento da plataforma continental, formando um platô de águas rasas com aproximadamente 56 mil quilômetros quadrados entre a foz do rio Jequitinhonha, no município de Belmonte (BA), e a foz do rio Doce, em Linhares (ES). Trata-se de um complexo de ecossistemas costeiros e oceânicos ricos em nutrientes, que compõe um grande refúgio marinho.
Em Abrolhos, o atobá-marrom pode ser encontrado em todas as ilhas do arquipélago. Nidifica no solo ou sobre as pedrasA natureza esculpiu em Abrolhos cenários submarinos que servem de abrigo à fauna marinha, com destaque para o coral-cérebro, que tem formato de cogumelo gigante e atinge até 25 metros de altura e 50 metros de diâmetro. O lugar atrai peixes em grande quantidade: garoupas, badejos, vermelhos e muitos outros. Em busca de alimento farto, as baleias jubarte freqüentam suas águas entre julho e novembro, para dar à luz e amamentar os filhotes. Os peixes também servem de banquete para as aves - atobás brancos e marrons, fragatas, grazinas e algumas espécies migratórias. Ao lado das tartarugas marinhas que ali desovam, as baleias são um espetáculo à parte, um cenário só observado nas cinco ilhas de origem vulcânica que compõem o arquipélago.O aviso do nomeNo século 16, essa estrutura submarina era um perigoso obstáculo para as antigas caravelas que cruzavam o Atlântico rumo ao Novo Mundo. Tanto que o alerta dos navegadores para "abrir os olhos” naquelas paragens acabou inspirando o nome do arquipélago - Abrolhos. Diversos naufrágios ocorridos no passado são prova disso. Hoje, no entanto, o sinal de advertência que há séculos ronda os recifes de Abrolhos está dirigido para uma questão bem diferente: a conservação ecológica. O foco das atenções de pesquisadores, ambientalistas e autoridades são projetos econômicos potencialmente capazes de prejudicar o delicado equilíbrio dos bancos de corais e dos ecossistemas relacionados.O alerta foi disparado depois que um megaprojeto de carcinocultura (criação de camarão em cativeiro) começou a ser instalado, há pouco mais de um ano, pela Cooperativa dos Produtores de Camarão do Extremo-Sul da Bahia (Coopex) na borda dos manguezais de Caravelas, uma das portas de entrada para os recifes. Na região, distante 70 quilômetros da costa, fica o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, o primeiro do gênero criado no País, em 1983, onde a vida aquática, incluindo os corais, estão protegidos por lei. "Os manguezais funcionam como berçários para a maioria dos peixes que habitam os recifes em meio ao oceano”, observa o biólogo Guilherme Dutra, pesquisador da Conservação Internacional, entidade ambientalista que apóia diversas pesquisas na região.

Pesquisadores coletam pedaço de pele para fazer exame de DNA de baleia nos AbrolhosO problema é que, para abastecer os tanques onde os camarões são criados, é necessário fazer a dragagem do manguezal. "Esse processo retira da natureza a água cheia de organismos nos primeiros estágios de vida, devolvendo para o ambiente descargas de matéria orgânica em decomposição e resíduos de produtos químicos utilizados na criação dos crustáceos em cativeiro”, afirma o pesquisador. O projeto, segundo ele, prevê a extração de 880 mil metros cúbicos por dia de água, reduzindo nos mangues a quantidade de larvas que iriam se transformar em peixes herbívoros. Sem eles, aumenta a quantidade de algas que competem por espaço no fundo do mar com os corais, elevando os riscos de doenças e mortalidade desses organismos."O estuário de Caravelas é o mais importante para a alimentação do complexo de Abrolhos e qualquer impacto que resulte no seu empobrecimento biológico pode ser fatal”, afirma Dutra. Com investimento de R$ 60 milhões, os tanques estão previstos para ocupar 1,5 mil hectares dentro de uma área que já tinha sido submetida a estudo para criação de uma zona de proteção ambiental - a Reserva Extrativista do Cassurubá. Com cerca de 30 mil hectares, o lugar guarda um dos mais importantes manguezais da costa brasileira, explorado por 350 famílias de catadores de mariscos e crustáceos.O perigo dos camarõesEntre as possíveis conseqüências, estão os prejuízos à pesca artesanal, hoje meio de sustento de 20 mil pessoas na região, e também ao turismo, que emprega 80 mil trabalhadores. O assunto foi tema das audiências públicas organizadas para debater a obra, das quais participaram lideranças contra e a favor do projeto. Uma parte da população acredita que a criação de camarão pode trazer emprego e desenvolvimento para a região.
Cassarubá vai abrigar uma reserva extrativista. Em seus manguezais se reproduzem peixes dos recifes de coraisA engenheira de pesca Luciana Queiroz, da organização não governamental Terramar, de assistência a projetos de pescadores cearenses, não recomenda a experiência. "No Ceará, onde a criação de camarão existe há mais tempo, a atividade teve impacto muito negativo para o ambiente”, afirma.O Ceará é um dos maiores produtores nacionais de camarão, importante item de exportações do País. Em 2005, segundo as últimas estatísticas publicadas pela Associação Brasileira de Criadores de Camarão, o Brasil exportou mais de 33 mil toneladas, ao valor de US$129 milhões.Em Abrolhos, o alerta é contra a degradação dos corais que, em todo o mundo, estão ameaçados pelo desenvolvimento acelerado e sem controle das zonas costeiras. Independentemente da polêmica econômica, os cientistas temem o impacto que qualquer alteração possa trazer ao ambiente. Para prevenir esses impactos, a região é palco de inúmeras pesquisas."Conhecer é essencial para preservar”, ressalta o geólogo Ruy Kikuchi, coordenador de um estudo que faz parte do Programa Institutos do Milênio, do governo federal, para monitorar a saúde dos corais. Analisando imagens de satélite, a equipe de Kikuchi avalia se os recifes da região já sofrem os impactos das mudanças climáticas globais. Um dos efeitos é o branqueamento dos corais, um problema causado, entre outros fatores, pela elevação da temperatura do oceano. Essa alteração reduz a quantidade de algas que fornecem alimento aos corais e permitem a fixação do carbonato de cálcio.O estudo é importante porque a fartura de espécies que buscam alimento e abrigo nos recifes é a base da atividade pesqueira no extremo-sul da Bahia. Recente levantamento, realizado pela Conservação Internacional, mostrou que, das 293 espécies de moluscos encontradas na região dos recifes, 19 são novas para a ciência. O mesmo ocorreu com oito espécies de peixes. Os pesquisadores querem agora estudar o grau de dependência dos peixes do arquipélago em relação aos ambientes costeiros, como os manguezais, ameaçados de destruição.
Comunidades ribeirinhas subsistem da pesca artesanal e da coleta de mariscos e crustáceosUma frente de seis senadores do Espírito Santo e da Bahia, ligados à Coopex, responsável pelo projeto, chegou a propor um decreto legislativo para acabar com a zona de amortecimento, mas a idéia não foi adiante devido a oposição da bancada ambientalista. Hoje há seis processos na Justiça contra a área de proteção no entorno do parque. Além disso, o governo da Bahia, que perdeu as últimas eleições, entrou em dezembro de 2006 com pedido de liminar na Justiça Federal para abrir a região a esses projetos econômicos."A tendência é esse processo ser revertido, porque apoiamos a zona de amortecimento”, afirma o atual secretário de Meio Ambiente da Bahia, Juliano Matos, que tomou posse em janeiro de 2007 com o novo governo. Para ele, "a região de Abrolhos não precisa de projetos de carcinocultura, porque já tem na beleza natural e na biodiversidade um importante ativo econômico para gerar renda, como ocorre com o turismo”Os desafios do parqueCom 91 mil hectares, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos protege apenas um pequeno pedaço dos bancos de corais da região. No total, os recifes se estendem por uma gigantesca área de 9 milhões de hectares, equivalente aos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos. Estudos científicos são atualmente desenvolvidos para sustentar a revisão do plano de manejo do parque com novas regras para a sua exploração e manutenção. Entre as prioridades, está a fiscalização contra a pesca predatória. Hoje, o Ibama tem apenas dois funcionários de nível superior e um fiscal para combater a captura ilegal de espécies marinhas em toda a área. Ações de repressão são realizadas apenas em campanhas periódicas com apoio da Polícia Federal. Com o projeto Redes de Unidades de Conservação Costeiras e Marinhas, do Ibama, Abrolhos deverá receber uma parte dos R$ 7 milhões repassados pela Shell como compensação ambiental pelas atividades que desenvolve na região. O dinheiro será aplicado na compra de lanchas e na contratação de uma equipe de fiscais.Pretende-se também um controle maior do turismo. Recente estudo avaliou que Abrolhos tem capacidade de receber no máximo 225 pessoas por dia sem riscos de degradação ambiental. Há dois anos, com recursos de compensação ambiental da Aracruz Celulose, um centro de visitantes foi instalado em Caravelas, de onde zarpam os barcos com visitantes para o arquipélago. Para evitar degradação, foram mapeados os lugares onde o mergulho é permitido - pontos alcançados após três horas de viagem de barco desde a costa. O desembarque para percorrer trilhas e observar aves é autorizado apenas na Ilha Siriba, uma das cinco que compõem o arquipélago.
Revista Horizonte Geográfico.

Série Cartografia-Coordenadas Geográficas: Paralelos e Meridianos

O movimento de rotação da Terra ao redor de seu eixo proporciona dois pontos naturais - os pólos - nos quais está baseada a chamada rede geográfica, que consiste em linhas destinadas a fixar a posição dos pontos da superfície. A rede geográfica consta de um conjunto de linhas traçadas de norte a sul unindo os pólos - os meridianos - e um conjunto de linhas traçadas de leste a oeste paralelas ao equador - os paralelos.

Brasil reduz mortalidade infantil, segundo OMS

BRASÍLIA - A mortalidade infantil no Brasil caiu para menos da metade entre 1990 e 2007, segundo estatísticas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As mortes entre crianças de até um ano de idade diminuíram de 49 para 20 por mil nascidos vivos, enquanto as mortes de crianças até cinco anos de idade recuaram de 58 para 22 por mil nascidos vivos.Os dados, constantes no relatório Estatísticas Sanitárias Mundiais de 2009, confirmam tendência já indicada pela Organização das Nações Unidas no começo deste ano. E colocam o Brasil em condição bem superior à media mundial. Em termos globais, a taxa de mortalidade entre menores de um ano passou de 63 (1990) para 46 (2007) entre cada mil nascidos vivos. Entre menores de cinco anos, o número de mortes ficou em 67 por mil nascidos vivos, contra 91 em 1990.O estudo da OMS apresenta dados dos 193 países membros da organização e traz um resumo dos progressos para o alcance das Metas de Desenvolvimento do Milênio relacionadas à saúde. O quarto objetivo de desenvolvimento do milênio é reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos.Segundo avaliação da OMS, os indicadores apontam avanços, especialmente no que se refere à saúde infantil, mas com grandes variações de região para região. No que se refere à mortalidade infantil, na Europa, no primeiro ano de vida morrem apenas 13 crianças por cada mil nascidos vivos, contra 27 em 1990. O número caiu de 81 para 49 no Sudeste Asiático, de 82 para 60 na região do Mediterrâneo Oriental e de 107 para 88 na África. Nas Américas, esse número caiu de 34, em 1990, para 16 em 2007.A taxa de mortalidade até cinco anos de idade caiu de 32 para 15 entre mil nascidos vivos na Europa, de 42 para 19 nas Américas, de 46 para 22 na região do Pacífico Ocidental, de 114 para 65 no Sudeste Asiático, de 111 para 82 no Mediterrâneo Oriental e de 181 para 145 na África.De acordo com a OMS, os avanços são resultado, principalmente, da ampliação da imunização, do uso de terapias de reidratação oral durante diarréias, do uso de mosquiteiros e inseticidas e da melhoria nas condições de saneamento, entre outros fatores. O relatório frisa que a redução da mortalidade infantil depende, cada vez mais, da luta contra a mortalidade neonatal e alerta que os menores progressos vêm sendo registrados em países pobres, afetados por conflitos ou com altos níveis de contaminação por HIV/Aids.O melhor desempenho está nos países ricos. Em San Marino e na Suécia, morrem apenas duas crianças, entre cada mil nascidas vivas, no primeiro ano de idade. Até cinco anos, o índice é o mesmo em San Marino e sobe para três na Suécia. O campeão em mortalidade infantil, segundo dados de 2007, é o país africano de Serra Leoa, onde o índice é de 155 mortes até um ano de idade e de 262 até cinco anos de idade a cada mil nascidos vivos. No Afeganistão, as taxas são de 165 mortes até um ano e de 257 mortes até cinco anos por mil nascidos vivos.Também há grandes variações no que se refere à expectativa de vida. No Brasil, entre 1990 a 2007 a longevidade passou de 66 para 73 anos. Mundialmente, a média passou de 64 anos em 1990 para 68 em 2007. A região das Américas possui a maior expectativa de vida – 76 anos, contra 71 em 1990. Na Europa a longevidade no período passou de 72 para 74 anos, no Pacífico Ocidental de 69 para 74 anos, Sudeste Asiático de 58 para 65, da região do Mediterrâneo Oriental de 60 para 64, e na África, de 51 para 52 anos.Na comparação por país, o Japão apresenta a maior expectativa de vida: 83 anos, seguido da Austrália, Islândia, Itália, Suíça e de San Marino, todos com expectativa de 82 anos. A menor média é de 41 anos de vida, no país africano de Serra Leoa (em 1990, a expectativa de vida era de 38 anos), seguido do Afeganistão, com expectativa de vida de 42 anos.

Série Cartografia-Globo Terrestre

Apesar de não ser o método mais utilizado de representação da Terra, é o que mais se aproxima da realidade, porque:

*sua forma é muito semelhante à da Terra;
*mostra os continentes, oceanos e outros importantes acidentes geográficos da Terra;
*traz as coordenadas geográficas (paralelos e meridianos);
*possibilita a simulação dos movimentos de rotação e translação da Terra e a conseqüente compreensão da sucessão dos dias e das noites, das estações do ano, dos fusos horários etc.
*Por outro lado, o globo terrestre possui alguns inconvenientes, como pequena quantidade de informações e de detalhes, devido a seu reduzido tamanho;
* se construído em tamanhos muitos grandes, torna-se caro e de difícil manuseio.

Aquecimento global prejudicará mais países pobres, diz estudo.

Estudo divulgado recentemente pelo Instituto Internacional de Sistemas de Análise Aplicados, divulgou que o aquecimento da Terra deve prejudicar a produção mundial de alimentos, mas as maiores vítimas devem ser 40 países dentre os mais pobres do mundo.
"Os países em desenvolvimento contribuíram pouco, até agora, com o aquecimento global. No entanto, muitos desses países devem arcar com a maior parte dos danos provocados pelas mudanças climáticas. Esses danos se verificarão principalmente por meio de perdas na produção de alimentos" mostrou uma crescente distância entre os países mais ricos e os mais pobres no que diz respeito à produção de alimentos.
De um modo geral, os países localizados nas proximidades da Linha do Equador, área em que se encontra a maior parte dos Estados mais pobres do mundo, sofrerão mais com a elevação das temperaturas, enquanto as terras frias próximas dos pólos ficarão mais férteis.
As temperaturas mais altas e a diminuição no fornecimento de água devem prejudicar a produção de alimentos em países mais pobres.
As regiões mais atingidas abrigam cerca de 2 bilhões de pessoas e, dessas, 450 milhões encontram-se neste momento subnutridas.
Países como a Índia, Bangladesh, Brasil e vários países da África subsaariana devem assistir a uma queda de até um quarto em sua produção de cereais até o ano 2080.

Japão prepara-se para nova operação de caça a baleias.

No mundo atual onde a preservação dos animais é de extrema importância, o Japão continua insistindo em realizar a caça às baleias.
uma previsão de que somente este ano 400 baleias sejam abatidas por aquele país. No ano passado foram 439 baleias abatidas. Dentre elas, 02 espécies protegidas pela legislação norte-americana. Atualmente, o Japão promete caçar somente as "mink" por acreditarem ser a mais numerosa.
Internacionalmente, ainda se discute se o número de indivíduos dessas espécies cresceu suficientemente para permitir a caça. O Japão afirma que seu programa é autorizado pela Comissão Internacional de Caça à Baleia e argumenta que tal programa tem fins científicos.
A decisão japonesa é um desafio à proibição por parte dos EUA da pesca em águas norte-americanas.

Esboço de acordo coloca ONU de lado e abandona Kyoto.

Copenhague, Dinamarca — O jornal inglês "The Guardian" publicou um texto que seria o esboço de um acordo climático escrito à parte por Dinamarca, EUA e Grã-Bretanha. O documento caiu como uma bomba e só se fala nisso nos corredores da reunião de Copenhague. Ele aumenta o poder dos países ricos, reduz o papel da ONU no futuro das negociações climáticas e prevê o abandono do protocolo de Kyoto.
Desde ontem circulavam rumores de que a Dinamarca tinha apresentado um documento a parte. Quando o jornal "The Guardian" vazou o documento provocou reações imediatas dos países em desenvolvimento e países pobres. O Brasil, que iria dar um briefing agora, suspendeu a conversa para manter contatos com o governo brasileiro.
O esboço, que vem sendo chamado de "texto dinamarquês", estabelece limites desiguais para redução per capita das emissões de carbono entre países desenvolvidos e emergentes em 2050. O acordo permitiria a países ricos, por exemplo, emitir quase o dobro de carbono per capita frente aos emergentes.
Ainda segundo o texto obtido pelo Guardian, o acordo segue a mesma linha do protocolo de Kyoto: responsabiliza os países ricos pelos riscos da mudança climática e exige o cumprimento de metas. Os países emergentes poderiam adotar metas voluntárias para redução das emissões.
Segundo especialistas, o texto estabelece que o Banco Mundial será o responsável por administrar o financiamento do combate às mudanças climáticas, o que reduziria o papel da ONU. A publicação do esboço deixou países desenvolvidos e emergentes furiosos nesta terça-feira em Copenhague.

VEJA O DOCUMENTO NA INTEGRA, COPIAR E COLAR:
http://www.scribd.com/doc/23831690/091127copenhagen?autodown=pdf

Energia Solar

A fonte mais abundante de energia para o planeta Terra é o Sol. É a mais simples e menos perigosa energia que a humanidade pode utilizar para o aquecimento e para a produção de eletricidade. Imagine só, todos os dias o mundo deixa de aproveitar uma quantidade fantástica de energia solar... quanto desperdício!
Ela está sendo utilizada em vários países, principalmente nos mais ricos e desenvolvidos, visto que já possuem tecnologia para o seu pleno uso e, é claro, mais recursos financeiros para bancar a instalação e manutenção.

O grande problema do aproveitamento dessa fonte de energia é a maneira como armazená-la. A tecnologia para as baterias solares ainda necessita de avanços e é muito cara.
No Brasil, a energia solar é mais utilizada para o aquecimento de água. É comum, principalmente nas grandes cidades, a presença de placas fotovoltaicas no telhado das casas e edifícios com o objetivo justamente de aquecimento da água dos chuveiros, torneiras, etc...

Belo Horizonte (MG) é uma das cidades que se destacam, com grande uso nas residências. O estado de Santa Catarina também merece destaque.
A energia solar tem, portanto, suas vantagens: é muito simples na obtenção; é considerada limpa, já que não há emissão de poluentes; é um recurso natural renovável.
Por outro lado, tem suas desvantagens: é relativamente cara para a instalação (custo elevado); apresenta dificuldade de armazenamento, dado ao pequeno desenvolvimento da tecnologia das baterias; dias nublados dificultam a captação.

Brasil, mostra a tua cara...


O Cerrado brasileiro está em risco de extinção.


O cerrado brasileiro é um dos mais importantes biomas do país. Mas, atualmente, encontra-se seriamente ameaçado de extinção. Sua grande variedade de fauna e flora já sofreu alterações em cerca de 80% da biodiversidade original. No Estado de Goiás a situação é ainda pior. Segundo estimativas, 90% da sua cobertura primitiva já foi devastada. O mais grave é que os parques públicos (áreas de proteção) não representam 1% do cerrado goiano, ficando abaixo da média nacional, que é de 2,5%, e bem abaixo do recomendado pelos órgãos internacionais. Cerca de 10% do território goiano deveria ser transformado em áreas de proteção ambiental.
Durante muito tempo acreditou-se que a região do cerrado seria inviável para a exploração agrícola, tendo em vista as características desse ecossistema: uma vegetação formada por árvores pequenas e galhos retorcidos, acompanhada de cobertura rasteira e solo pobre e ácido. Do ponto de vista comercial, esses fatores são inibidores naturais das atividades agropecuárias.Entretanto, na segunda metade do século XX, a modernização da agropecuária brasileira e a introdução das relações capitalistas no campo resultaram em transformações no espaço do cerrado, delineando assim um novo contexto. De acordo com os dados da WWF (World Wild Foundation), 60% do cerrado brasileiro foi substituído por pastagens e 6% dele deu espaço às grandes culturasde grãos, principalmente a soja.
Outros 14% foram transformados em cidades e estradas e apenas 19% da região de cerrado está preservada. Chama a atenção a falta de um manejo adequado do ecossistema local e a grande velocidade com que se está destruindo desse ecossistema.

A devastação está atingindo níveis preocupantes, correndo o risco de ser praticamente irreversível. O que podemos fazer é tentar minimizar o problema adotando práticas preservacionistas e repensar as políticas econômicas para a região, procurando o desenvolvimento sustentável como forma de conciliar desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.Usos e abusos do cerradoO cerrado ocupava grandes extensões do país, principalmente na porção central. Calcula-se que antes da ocupação humana ele cobria 25% do espaço nacional, ou seja, em torno de 2 milhões de quilômetros quadrados.O cerrado ocupava originalmente espaços de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí e São Paulo. Neste último estado não apresentava uma cobertura contínua, e sim manchas disseminadas pelo interior.
Em suma pode-se dizer que a cobertura vegetal do cerrado abrangia grandes extensões do planalto Central Brasileiro, transformando-se na formação vegetal características do Centro-Oeste. É composto de pequenas árvores, arbustos e vegetação herbácea. Os arbustos, árvores de pequeno porte, possuem troncos com casca grossa e galhos retorcidos e são a feição mais típica desse tipo de vegetação. Embora possa parecer que o aspecto pobre e triste do cerrado seja explicado pelo período seco relativamente longo, o fator fundamental é a falta de fertilidade natural dos solos, que pode ser agravada pela ação do fogo, dos cupins e da lixiviação (isto é, da lavagem da camada superficial do solo pelas intensas chuvas tropicais).O fogo, durante a estação seca, pode se propagar por combustão espontânea ou pela ação do homem, resultando na queima das raízes das espécies vegetais e contribuindo para degrada-las; os cupins destroem frutos, sementes e raízes; a lixiviação empobrece ainda mais o solo, tornando-o ácido.Não só árvores de pequeno porte e espaçadas compõem o cerrado. Há sobre o solo uma cobertura contínua de gramíneas que podem atingir até 30 centímetros de altura e outros tipos de plantas rasteiras, como por exemplo a Andira humilis, que apresenta tronco e galhos subterrâneos e raízes que atingem o lençol de água a 18 centímetros de profundidade. Com base nesta planta, podemos observar como o solo do cerrado é profundo.As longas raízes das árvores lhes permitem a obtenção de água durante a estação seca, que pode se prolongar por sete meses nessa área de clima tropical.Como o cerrado é uma formação vegetal aberta, com muitas espécies herbáceas, desde os primórdios da colonização a criação de gado foi a atividade econômica mais importante, na maior parte das vezes feita de forma extensiva em grandes propriedades rurais. Com a descoberta e a aplicação da técnica da calagem, que consiste em adicionar calcário para reduzir a acidez do solo, o cerrado passou a ser utilizado intensivamente para a produção de grãos, especialmente soja, arroz e trigo. Por isso, atualmente as fazendas de criação de gado convivem, em áreas do cerrado, com modernas empresas rurais dedicadas à agricultura.

A ocupação cada vez mais intensa do cerrado pela agricultura se deve à pesquisa científica que constatou que o solo do cerrado pode manter-se fértil. Para tanto basta intercalar culturas de milho, sorgo ou milheto com as de arroz e soja. Isto ocorre porque as primeiras, dadas às suas raízes longas, retiram nutrientes a 2 ou 3 metros de profundidade. Assim, após a colheita do milho, sorgo ou milheto, as palhas permanecem no solo, adubando-o na porção superficial e garantindo os nutrientes para as plantações de soja e arroz. Dessa maneira, não há esgotamento do solo, pois os nutrientes lixiviados para as camadas mais profundas pela ação das chuvas, no período de novembro a março, retornam à superfície graças às plantas "palhadas".Contudo, o processo de modernização do cerrado trouxe custos negativos para o meio ambiente. Como em muitas áreas a vegetação original é eliminada, o solo fica desprotegido durante a época das chuvas intensas. Essas arrastam imensas quantidades da camada superficial do solo para dentro dos rios, causando o assoreamento deles e provocando inundações por vezes catastróficas.O que nos deixa estupefatos é sabermos que essa acelerada destruição está intimamente ligada à ação antrópica, que esse processo de devastação poderá, efetivamente, trazer a extinção de animais e de espéciesvegetais, além de acarretar o aumento das voçorocas (grandes crateras que se abrem no solo por causa da erosão), causando destruição ao meio ambiente.No cerrado encontra-se uma fauna tão variada quanto sua flora. Foram identificadas 837 espécies de aves, 197 de mamíferos, 180 de répteis, 113 de anfibios e milhares de espécies de insetos.
A modernização das atividades econômicas praticadas nas áreas do cerrado brasileiro teve como resultado a transformação do Centro-Oeste e parte da Amazônia em áreas de fronteiras agrícolas nacionais. Inicialmente seriam áreas complementares da economia agrária brasileira. Porém, com a correção do solo e a aplicação de técnicas modernas, a produtividade determinou mudanças circunstanciais na lógica da produção agrária do Brasil. O problema é que a única prioridade observada na ocupação do território do cerrado foi a maximização dos lucros, deixando-se de lado a preocupação ambiental e colocando em risco o bioma do cerrado brasileiro.Fábio Araújo é geógrafo, historiador e pós-graduado em Filosofia política pela UFPR.
Revista Discutindo Geografia - ed. 5

A origem da religião islâmica.


O islamismo foi fundado no ano de 622, na região da Arábia, atual Arábia Saudita. Seu fundador, o profeta Maomé, reuniu a base da fé islâmica num conjunto de versos conhecido como Corão - segundo ele, as escrituras foram reveladas a ele por Deus por intermédio do Anjo Gabriel.Assim como as duas outras grandes religiões monoteístas, o cristianismo e do judaísmo, as raízes de Maomé estão ligadas ao profeta e patriarca Abraão. Maomé seria seu descendente. Abraão construiu a Caaba, em Meca, principal local sagrado do islamismo. Para os muçulmanos, o islamismo é a restauração da fé de Abraão.Ainda no início da formação do Corão, Maomé e um ainda pequeno grupo de seguidores foram perseguidos por grupos rivais e deixaram a cidade de Meca rumo a Medina. A migração, conhecida como Hégira, dá início ao calendário muçulmano. Em Medina, a palavra de Deus revelada a Maomé conquistou adeptos em ritmo acelerado.O profeta retornou a Meca anos depois, perdoou os inimigos e iniciou a consolidação da religião islâmica. Quando ele morreu, aos 63 anos, a maior parte da Arábia já era muçulmana. Um século depois, o islamismo era praticado da Espanha até a China. Na virada do segundo milênio, a religião tornou-se a mais praticada do mundo, com 1,3 bilhão de adeptos.

Série Megacidades - Rio de Janeiro.


Dias antes de embarcar para Moçambique, no final de 2007, a atriz Regina Casé e o marido, o diretor de TV Estevão Ciavatta, encontraram-se com o DJ Marlboro. Espécie de ponte entre a cultura da periferia e o mainstream do show biz, levando o som do morro para o circuito de casas noturnas da zona sul, Marlboro mostrou a eles o funk Passinho do Basquete, música que tinha acabado de ser composta pelo quarteto Ousados, da favela do Jacarezinho, uma das mais miseráveis do Rio. De tão recente, nem tocava ainda nos programas de funk das rádios cariocas. Quatro dias depois, na periferia de Maputo, capital de Moçambique, onde foram gravar um programa, Regina e o marido encontraram um CD com Passinho do Basquete à venda numa banca de camelô. "Levamos um susto", lembra Ciavatta. Segundo ele, o episódio prova que as novas tecnologias tornaram as favelas independentes, mudando, por meio da produção cultural, a maneira como a pobreza se vê e como a cidade vê a pobreza. "A favela está indiferente à cidade formal", diz o diretor. "Não precisa dela nem para viver nem para se expressar. Com a internet, as periferias estão conectadas com o mundo. Tem lan houses em tudo que é favela, cobrando R$ 1 a hora."O caminho de Passinho do Basquete foi o mesmo de outros funks. O grupo colocou a voz na batida num computador caseiro. A música foi para sites de funk, páginas do Orkut e do MSN. Em Maputo, um produtor baixou a música da internet, gravou-a em CD e pôs à venda. Foi assim também com o hit Glamourosa, do MC (sigla de mestre-de-cerimônias) Marcinho, sucesso em Angola.Para o antropólogo Hermano Vianna, estudioso da cultura da periferia, o surgimento desses novos gêneros musicais contribui não apenas para a inclusão social, mas também para a diversidade. "O funk carioca, o tecnobrega do Pará, o novo forró eletrônico são indústrias culturais paralelas, à margem do modelo tradicional", analisa. "Com domínio da produção e da distribuição, eles não precisam de gravadora ou da grande mídia. Essa descentralização permite que o heterogêneo sobreviva. Antigamente, o que era feito na favela, como o samba, chegava à cidade através de alguém da indústria cultural. Hoje, não."Além de um meio de inclusão social, é um bom negócio. Funkeiros não ganham nada com a venda dos CDs caseiros, mas a fama os ajuda a lotar a agenda de shows pelo País e no exterior. Fora do Brasil, o funk carioca é ouvido, principalmente, em Angola, Moçambique e Portugal. Há casos como o do DJ Sany Pitbull, estrela dos bailes funk da favela do Cantagalo, em Ipanema, que também fazem sucesso em baladas de Nova York, Londres e Amsterdã, misturando toques de música eletrônica em seu estilo. Essa pequena revolução impulsionada pela web ajuda a traçar um perfil da periferia brasileira. "É um retrato multifacetado. São cenas diferentes com modelos de negócios diferentes. Funcionam como uma espécie de laboratório da indústria cultural do futuro", acredita Hermano.A produção artística é intensa - e organizada. André Luiz Fontana, o Pernalonga, ouve em média 200 CDs por semana para selecionar o que vale a pena ser apresentado ao DJ Marlboro. Se a música for boa, o DJ financia uma produção mais caprichada, em seu estúdio, e toca em seu programa de rádio. Pernalonga mora na favela da Árvore Seca, na zona norte. Todo sábado anima um baile ali mesmo. Em sua casa, de dois quartos, ajuda os MCs a colocarem voz na batida em dois computadores, um laptop e uma precária mesa de som. Tudo conectado à internet graças ao "gato velox", conexão clandestina em banda larga. Pernalonga aposta que o funk vai ter uma reviravolta quando o nível de estudo dos funkeiros melhorar. "Muitas vezes eles não conseguem se expressar porque não dominam o português. Mas eles têm talento. É uma luta brava."Aos poucos as letras deixam de lado o apelo excessivo ao sexo. "São um retrato do que é a vida nas favelas", diz Marlboro. O funk ainda tenta produzir uma letra tão forte quanto o Rap da Felicidade, da dupla Cidinho e Doca, lançado há mais de dez anos: "Eu só quero é ser feliz/Andar tranqüilamente na favela onde eu nasci/E poder me orgulhar/E ter a consciência que o pobre tem seu lugar." Cidinho e Doca têm seguidores, como Vinicius Alves da Silva, o MC Jack, e Anderson Gomes, o Chocolate, de Cidade de Deus, autores de Moral de Cria, manifesto contra a morte de crianças por bala perdida. Mas também fazem músicas bem-humoradas, como Rolé de Bicicleta, sobre meninas da favela: "Humilde trabalhador não faz o tipo das meninas/elas querem carro do ano e moto importada/se depender da gente as mercenárias estão ferradas." A carreira da dupla ia bem até Jack ser preso por roubo de carro. Passou dois anos preso e tenta recomeçar. Não é fácil. A tentação mora ao lado. Por isso o sucesso de funkeiros é tão importante. "O traficante era exemplo para a criançada. Só ele tinha carro, cordão de ouro. Hoje o MC é exemplo para a favela inteira", garante Marlboro.O reconhecimento na comunidade (e fora dela) provocou mudança de atitudes na favela. Nas músicas, nos roteiros que fazem para cinema, nas peças de teatro, os artistas da periferia carioca querem falar de seu cotidiano. E ele não se resume a violência, tráfico e mortes, como se imagina. "Queremos falar de amor, de relacionamentos", diz Luciana Bezerra, de 34 anos, diretora de cinema e atriz, moradora da favela do Vidigal. "E de homossexualismo e convivência", emenda Rodrigo Felha, de 28 anos, coordenador do curso de audiovisual da Central Única de Favelas, a Cufa, que funciona no coração da Cidade de Deus.Mais que admirar o esforço da turma, o cineasta Cacá Diegues se impressiona com a qualidade da produção. Há 14 anos, ele freqüenta favelas, fazendo documentários ou ajudando a criar cursos de audiovisual. "A periferia chegou à maturidade. No funk e agora no cinema, os moradores falam em seu próprio nome. E eles têm o que dizer." Por isso, há um ano, o cineasta revelado no filme Cinco Vezes Favela, de 1961, decidiu produzir o longa Cinco Vezes Favela, Agora por Eles Mesmos. São cinco episódios de 20 minutos cada um, feitos integralmente por moradores de favelas cariocas, do roteirista ao câmera, passando pelo diretor.Apenas um episódio menciona o tráfico de drogas, ao qual as favelas do Rio costumam ser identificadas. É o que conta uma história de amor em Parada de Lucas. "Eles não querem falar sobre violência porque a vida deles não é só isso", acredita Cacá. O filme, orçado em R$ 3 milhões, será rodado no segundo semestre. Cacá organizou cinco oficinas de roteiro nas favelas, com média de 50 pessoas por turma. Cada oficina escolheu seu roteiro. Só no Vidigal concorreram 80 textos. Venceu Acende a Luz, de Luciana Bezerra.Luciana aprendeu cinema no grupo Nós do Morro, que funciona numa bela casa no topo da favela, com vista para o mar do Leblon. Viu a vida mudar quando, há quatro anos, seu Mina de Fé ganhou o prêmio de melhor curta do Festival de Brasília. Hoje é roteirista do programa Dicas de um Sedutor, da Globo.Acende a Luz é um conto de Natal. Num 24 de dezembro, a favela amanhece sem energia. O funcionário da Light não consegue resolver o problema. O episódio é cheio de personagens divertidos. "Ele acaba refém da comunidade. Como é cheio de preconceito contra favelado, acha logo que vai ser morto", conta Luciana.Humor não falta também no roteiro de Felha, Arroz com Feijão, sobre um menino que faz de tudo para que o pai realize um sonho: comer frango no dia do aniversário. No desespero, rouba uma galinha do aviário, mas se arrepende, consegue ganhar o dinheiro, compra outra galinha e devolve a roubada com um cartaz: "Voltei." Felha começou como assistente de câmera do filme Falcões, Meninos do Tráfico, dirigido pelo rapper MV Bill, seu vizinho. Agora faz um documentário sobre homossexualismo nas favelas. Em oito anos de cinema, aprendeu uma lição. "Se um diretor que não mora em favela treme a câmera, todo mundo diz que é genial. Se a gente treme, vão dizer: ‘O cara não consegue nem segurar a câmera direito’." Cacá defende o rigor. "O filme tem que ser bom. Mas acredito que o cinema que está nascendo pelas mãos desses meninos possa mudar a face do cinema brasileiro.
"http://www.estadao.com.br/megacidades/rio.shtm

Entenda o conflito na Irlanda do Norte


Qual é a história da Irlanda do Norte?
A Irlanda do Norte se formou em 1921, depois que um acordo entre a Grã-Bretanha e a República da Irlanda - que declarou sua independência de Londres em 1916 - dividiu a ilha.Pelo acordo, 26 condados passaram a pertencer à Irlanda, enquanto outros seis condados do norte, parte da província do Ulster, ficaram sob o domínio do que passou a se chamar em 1927 de Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte.Quais os motivos do conflito na região?O principal motivo para o conflito está nas desavenças sobre se a região deve fazer parte da Irlanda ou do Reino Unido. Algumas pessoas, especialmente aquelas que pertencem à comunidade unionista protestante, defendem que a região deve continuar sob o domínio de Londres.Outras, particularmente aquelas que fazem parte da comunidade católica nacionalista, acreditam que a região deve deixar o Reino Unido para se anexar à República da Irlanda.As relações entre as duas partes começaram a ficar mais tensas a partir do final dos anos 1960, quando começou um ciclo de violência que durou mais de 30 anos, com episódios de tumultos nas ruas e campanhas de atentados a bomba. Até agora, mais de 3,6 mil pessoas morreram durante os conflitos, a maioria delas civis.Por que o exército britânico está na Irlanda do Norte?O Exército britânico foi posicionado na região para tentar manter a paz depois que o Royal Ulster Constabulary (força policial da Irlanda do Norte até 2001) perdeu o controle da situação.O Exército, no entanto, logo foi visto como uma força de ocupação pelos nacionalistas, o que fez com que as tropas fossem alvo de ataques de grupos paramilitares. No período mais tenso do conflito, 28 mil soldados britânicos estavam na região. Atualmente, há cerca de 5 mil homens.Quais são as negociações políticas?O processo de paz na Irlanda do Norte está sendo trabalhado nos últimos 20 anos. Participaram das negociações os governos da Irlanda e da Grã-Bretanha e políticos da região.Depois de declarações de cessar-fogo por parte do grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês) e de grupos unionistas, começaram negociações entre os partidos políticos, que culminaram com o Acordo da Sexta-Feira Santa, de 1998.Em 2007, o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) e o Sinn Fein (antigo braço político do IRA) chegaram a um acordo para a transferência do governo. Estes dois partidos dominam agora o cenário político da Irlanda do Norte. Desde 2008, o primeiro ministro do governo da região é Peter Robinson, membro do DUP, enquanto seu vice é Martin McGuinnes, um ex-comandante do IRA.Quem ainda é contra o processo de paz?Segundo especialistas em segurança, grupos republicanos dissidentes representam a maior ameaça ao processo de paz, sendo que muitos grupos paramilitares ainda estão em atividade.Entre esses grupos estão o chamadao Continuity Irish Republican Army (Continuidade do Exército Republicano Irlandês, em tradução livre), o IRA Real, o Exército de Libertação Nacional Irlandês e o Óglaigh na hÉireann. Informações dão conta de que os dois primeiros estariam "especialmente em atividade" e poderiam estar preparando novos ataques.
BBC Brasil - Estadão

Amazônia, a floresta sul-americana

Para os brasileiros, a Amazônia é sinônimo de riqueza nacional. Mas a maior floresta tropical do mundo se espalha por oito nações e um território. Uma descoberta mesmo para quem crê conhecê-la

Dentro do Brasil estão 65% da selva. Mas Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa também se orgulham da floresta, e a usam como atrativo turístico.

A Amazônia tem o maior reservatório biológico da Terra - cerca de 30% das espécies terrestres de todo o mundo.

Um único arbusto da Amazônia brasileira pode ter mais espécies de formigas que as Ilhas Britânicas, e um só hectare, mais de 480 espécies de árvores

Tão importante quanto a biodiversidade das espécies é a riqueza humana da floresta. Em países como o Equador, os indígenas construíram força política e hoje lutam pela preservação da selva


A bacia do Amazonas acolhe mais de 30 milhões de pessoas, das quais mais da metade vive em centros urbanos.

Entre os principais problemas está a extração ilegal de madeira. Este é apenas o primeiro passo de um ciclo que pode envolver atividades econômicas que vão da pecuária à agricultura mecanizada.

No Brasil, a pecuária é acusada de empurrar a fronteira agrícola do país para dentro de mata virgem. Atrás dela, viriam as plantações de soja, e teme-se que o mesmo ocorra com o etanol.

Hoje, estima-se que a Amazônia absorva cerca de 10% das emissões globais de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis em carros e fábricas.

Para proteger sua floresta, os países sul-americanos têm adotado estratégias diversas. A Guiana, por exemplo, é a favor de entregar a gestão da selva para estrangeiros - idéia polêmica no Brasil.


Já a Colômbia afirma que sua porção de floresta é uma das mais protegidas. O plantio de coca e as fumigações do governo destroem a floresta, mas o conflito afugenta os grandes negócios de impacto.BBC BRASIL